top of page
Foto do escritorJH Areias / Rodrigo Calvozzo

Washington Redskins entre a tradição e os novos tempos

Atualizado: 16 de jul. de 2020


Uma marca vitoriosa tem um valor inestimado para uma empresa ou entidade. Sendo assim é difícil acreditar que um dirigente venha a público dizer que está abrindo mão da mesma, ainda que ela traga consigo muitas histórias e uma legião de fãs. Mesmo sendo um fato raro, isso está acontecendo na NFL, onde em breve o Washington Redskins deixará de existir e ganhará um novo nome.

É bem verdade que a pressão não é algo novo na capital norte americana e a postura do presidente do clube nem sempre foi a de apoiar a ideia. Porém, desde que os principais patrocinadores resolveram entrar em cena, ameaçando abandonar a parceria, o cenário foi alterado.

Para contextualizar a situação, o termo Redskins é considerado pejorativo nos Estados Unidos e faz referência aos índios da região, segundo o Collins English Dictionary. Mesmo associado a pessoas indolentes, nome ganhou fama e acabou se tornando uma das mais fortes marcas no esporte daquele país. Ainda no século XX muitos questionamentos vieram à tona, mas seu presidente, Dan Snyder, sempre afirmou que enquanto estivesse no comando da franquia, o registro não seria alterado.

Graças a crescente movimentação popular que ocorre na América do Norte e a insegurança financeira imposta pelos patrocinadores, a postura da direção foi revista. Através de um comunicado, a decisão da troca de nome se tornou oficial e muito em breve será anunciada.

A questão levanta pontos que merecem análises por dois ângulos distintos. O primeiro é o histórico, que traz com ele toda a tradição e a paixão de torcedores que ao longo de anos se encantaram pela equipe. Ainda que o termo seja mal visto na atualidade, é preciso compreender que quando ele foi criado, provavelmente a realidade da época não era como estamos vendo atualmente. Vale destacar que retratar uma situação social, também faz parte da história, ainda que seja vista como negativa dentro dos padrões atuais.

Já o segundo aspecto é mais claro para quem vive o dia a dia do esporte. Trabalhar uma marca que passa a ser mal vista pelo seu entorno torna-se um grave complicador, fazendo com que essa entidade precise lidar com cada vez mais dificuldades. Portanto, mudar se torna uma missão urgente e de sobrevivência.


Muitos chegaram a comparar essa situação a de clubes que aceitam trocar o nome devido a acordos comerciais, como o ocorrido recentemente com o Bragantino Red Bull. Essa comparação, ainda que merecedora de estudos, não deve ser usada como parâmetro. O caso do time de futebol americano é muito mais amplo e pode sim se tornar um grave problema, chegando a ameaçar o seu futuro.

Preservar a história de uma entidade esportiva é vital para qualquer clube, independentemente de sua modalidade. Porém, buscar a correção de opções polêmicas torna-se prudente para quem sonha manter a paixão viva nos próximos séculos.

Uma transição harmoniosa se fará necessária para que a nova marca chegue agregando valor. Mesmo assim, será vital não se esquecer do seu passado glorioso dentro dos gramados, para que haja a união dos tradicionais torcedores aos novos fãs, que provavelmente não terão resistência de vestir uma camisa que o represente.

Nas casas de apostas os prováveis novos nomes já estão agitando os torcedores. Até o momento o nome favorito é Washington Redtails. Essa sugestão prestaria uma homenagem uma unidade de pilotos afro-americanos que lutou pelo país durante a Segunda Guerra Mundial e que os primeiros integrantes deste grupo eram nascidos na cidade. Ainda de acordo com o OddsShark, sugestões como Generals e Presidents também correm por fora, pagando um pouco menos em caso de vitória.

Comments


bottom of page